Artigo de Diogo Simões
O mercado literário está em constante transformação.
Isto parece uma frase de um disco riscado, mas os dados estatísticos revelam-nos que Portugal foi dos países que mais cresceu neste sentido. O porquê?
As capas mais apelativas para histórias que vão, realmente, ao coração de diversas chamadas da população, em especial a mais jovem;
O “captar de atenção do leitor” pode parecer somente algo da responsabilidade da Editora, mas cabe ao autor estar em constante transformação e saber acompanhar as tendências do mercado.
Não sendo formado na área do marketing, a Internet contribuiu para que, ano após ano, perceber o que funciona e o que se torna chave para as vendas. E, mesmo que uma boa capa seja essencial para chamar a atenção para uma história que deverá estar bem trabalhada por pessoas certificadas, cabe a nós, autores, procurar inspirações para a mensagem que queremos passar no nosso plano de divulgação.
Todos temos a nossa identidade. A nossa impressão digital define-nos. O mesmo, acredito, se aplica à promoção dos nossos livros e de perceber, em primeira instância, quem somos nós enquanto autores e o que queremos dar aos leitores.
Aqui a autenticidade é chave na comunicação que devemos ter para com o leitor. O saber sermos genuínos e, com isto, mostrar como nos inspiramos para as nossas obras.
Após isto, é sabermos que história temos em mãos: o seu público-alvo. É muito fácil eu dizer que o meu livro é um romance, drama ou fantasia, mas dizer o público a que se destina nem sempre é claro. Esta definição e conscientização é força motora para tudo o que iremos fazer a seguir. Porquê? Bem, porque temos de mover os nossos recursos, quer criativos quer financeiros, nesse sentido.
Existem coisas elementares que irão sempre funcionar:
o autor ter e manter um site profissional
manter uma boa presença nas redes sociais
uma presença com conteúdo relacionado ao seu ofício e de saber falar do seu livro.
O desafio está, contudo, no que se faz depois de ter isto tudo.
Parece assustador, mas lembram-se de ter referido a importância de sabermos defender a nossa história com base na nossa imagem e público-alvo? Estes alicerces permitem que a pesquisa por ideias seja facilitada ao conseguirmos ver o que outros autores fazem de renome. No mundo onde a originalidade é posta em causa quase todos os dias, importa saber como nos inspirar e, nisto, selecionar o que faz sentido de aplicar no nosso plano de promoção, mercado e recursos.
É neste momento, o das interrogações e descoberta, que temos de perceber qual o nosso limite: até onde estamos literalmente dispostos a ir para promover o nosso livro em termos de eventos e em termos financeiros.
Gastar dinheiro nas redes sociais tem sempre os seus retornos, mas se não soubermos o público-alvo ou o que promover de nada adianta!! Atualmente, com a ajudar de ferramentas de inteligência artificial, este trabalho pode ser facilitado, mas uma vez que temos de ser genuínos e humanos, o seu uso tem de ser com peso e medida. Após sabermos isto, temos de começar a planear. Saber quando vamos começar as nossas ações, de que forma a nossa Editora nos apoia e nos ajuda, e que ações iremos desenvolver.
Ideias chaves são:
Procurar ter leitores de avanço e que estejam prontos a publicar críticas à história na época de lançamento;
Desenvolver iniciativas para a revelação do título, capa e sinopse;
Envolver a comunidade.
O maior amigo da leitura (e dos escritores) é o passa a palavra:
É isso que fará com que os livros durem mais do que o seu habitual ciclo de publicação e que, mesmo que publiquemos material novo, os livros antigos continuam a ser falados e a atrair leitores. Para isto basta refazer tudo e sempre com ideias refrescadas e que assentam nas ideias de fazer giveways criativos, diretos nas redes sociais ou vídeos a falar dos bastidores do nosso livro ou, quiçá, fazer gravações ao longo de todo o processo de escrita e publicação para que te conheçam melhor e saibam o que esperar da história.
Isto é de especial interesse, especialmente se publicas de forma independente, para que os leitores não tenham receio de comprar o teu livro. Procura também pegar em jogos simples de dinamizar nas redes sociais e usá-los na tua promoção, quer para divulgar um título, por exemplo, ou a personalidade das tuas personagens. O mesmo é válido para a criação de playlists ou de imagens que inspiraram passagens da tua obra.
Ler isto, e chegar até aqui, pode ser difícil. Especialmente se tínhamos a ideia de que não tínhamos de fazer nada. Todavia, à medida que absorvemos ideias, rapidamente percebemos o quão fácil e criativo todo o processo se torna. Algo, contudo, que não se pode esquecer é ter sempre respeito. Evitar “pedinchar” críticas ou para que determinadas contas leiam os nossos livros. Aqui, a abordagem torna-se chave e sabermos selecionar as contas pretendidas e respeitar o tempo e dedicação destes criadores, tal e qual como queremos que respeitem a nossa integridade.
O artigo foi escrito por Diogo Simões, a quem agradeço.
A conversa sobre a promoção dos livros é muito importante. Depois do livro ser publicado começa outra luta, uma que os escritores muitas vezes se esquecem….
Se posso acrescentar algo rápido às palavras sábias do Diogo, é o seguinte: Dá, antes de pedires:
Sim, a presença nas redes sociais é importante para falares da tua arte (para levares os teus leitores aos bastidores), mas só mostrar a capa do teu livro não ajuda. Tens que pensar em ganhar a confiança dos leitores primeiro.
Pensa em publicar contos online, de graça, para já conhecerem o teu estilo de escrita
Pensa em falar de outros livros que gostaste, para sabermos o que esperar da tua arte também.