Queres ser escritora. Queres os teus livros nas livrarias e leitores excitados pelos teus livros.
Mas tens tanta coisa no teu prato:
A escrita é muito difícil.
A publicação é muito pior.
Tens que te preocupar com as redes sociais e newsletters
Tens que te preocupar com encontrar leitores, e mante-los interessados
É difícil. Mas eu gosto de acreditar que tudo é possível.
Mas é possível como?
A Andreia Ramos, que conseguiu o que muitos apelidados de impossível, escreveu isto. Estuda o que escreveu.
Seth Godin, um dos génios do marketing, já escreveu sobre ser escritor.
O mercado editorial português é de loucos.
Eu prefiro dar-te as “boas vindas à loucura” do que dizer que “temos que ser realistas”.
Tu consegues o que tu quiseres, se for um objetivo interessante, tu consegues.
Por isso a pergunta é,
como? Como ser escritor num mercado editorial de guerrilha?
Encontrei alguns artigos de Seth Godin que te vai ajudar.
1000 pequenos passos
Não há nada no consultório do dentista que lá estivesse há cinquenta anos.
Todos os dispositivos e todas as técnicas foram alteradas ou substituídas: se calhar, sem quando choque pela comunidade médica. Como?
Pouco a pouco. Envolvendo milhares de pessoas e organizações. Melhorias grandes e pequenas (principalmente pequenas), em todos os cantos. Em todo o lado.
E cada uma dessas melhorias foi recebida com resistência.
Cada mudança foi combatida. Cada uma dessas alterações e mudanças teve críticos e céticos.
É assim que o mundo muda. Através de drips, pequenos passos.. Persistentes, generosos, pequenos passos.
A arte também é assim. O começo dos livros é sempre divertido!
Uma nova ideia! Novas personagens!
Começar é divertido, é claro, porque é algo novo, pode funcionar, quebra a rotina, está cheio de possibilidade.
O começo supera o que Steve Pressfield chama de “Resistência”, a parte critica do nosso cérbero: o desejo de se esconder e encontrar segurança. O nosso desejo por coisas brilhantes e novas é o suficiente para nos fazer pelo menos temporariamente começar. Porque está cheio de possibilidades. É divertido.
Mas o que acontece quando os problemas batem à porta?
O que acontece quando não sabes o que fazer com o segundo ato? O que acontece se ninguém responder ao teu email? Esses dias vão chegar.
E depois? Como passas essa resistência? Como vences a parte do nosso cérebro que se quer esconder e encontrar segurança.
O verdadeiro trabalho vem depois que a novidade passa.
A mudança é sempre arriscada, porque nos move do que conhecemos para o desconhecido.
O medo da critica… e a pouca resistência à parte critica do nosso cérbero leva a que se desista do projeto em curso:
Então dizemos: "ah, tanto faz". Convencemos-mos a não publicar o nosso trabalho ao público, porque, é mais fácil ficar aqui, onde pelo menos é seguro e acolhedor. Não saltamos, esperamos até sermos empurrados, quando, é claro, é tarde demais.
Sim, a resposta é sim. Sim, estamos presos, e sim, estamos presos porque temos medo de um caminho diferente daquele que escolhemos.
Como se vence essa resistência que nos ataca todos os dias? Consistência. Persistência.
A melhor maneira de treinar um cão é com pequenos e saborosos petiscos, combinados com feedback calmo e consistente. Alguns donos de cães resistem a essa abordagem, porque não parece que o cão esteja realmente hooked, prestando atenção ou aprendendo algo se houver uma conexão direta entre o petisco real e a ação do cão.
É tentador recorrer à punição, porque não só é imediata, mas para alguns treinadores, pode aliviar a frustração e requer menos paciência. Mas a punição cria trauma.
Os humanos inventam muitas histórias sobre o que nos motiva, mas mais cedo ou mais tarde, muitas de nossas histórias envolvem feedback. E para ter feedback é preciso que continues o trabalho todos os dias, de forma persiste.
Só consegues dar 1000 pequenos passos se fores consistente. E uma pequena ação, um pequeno passo. E persistente. Todos os dias.
Todos os dias.
Acho que isso resolve os problemas dos escritores. “Todos os dias” é uma palavra da qual somos alérgicos.
É uma coisa simples, que facilmente separa aqueles que vão chegar onde querem, e aqueles que se vão sentar no escuro, frustrados, e mal tiverem uma pequena audiencia à sua volta, por qualquer sorte, começam:
“ok, mas vamos ser realistas, ninguém compra livros de autores portugueses”.
Claro, se tu não o escreveste…
Pensa em escrever um bocadinho cada dia.
100, 200, 500, 1000 palavras.
Pensa em 20 minutos de manhã, ou antes de jantar.
E na manhã seguinte, com ou sem inspiração, sentas-te à secretária novamente.
Não há nada no consultório do dentista que lá estivesse há cinquenta anos.
Todos os dispositivos e todas as técnicas foram alteradas ou substituídas: se calhar, sem quando choque pela comunidade médica. Como?
Pouco a pouco. Envolvendo milhares de pessoas e organizações. Melhorias grandes e pequenas (principalmente pequenas), em todos os cantos. Em todo o lado.
Continua.