Escreveste o livro da tua vida.
Agora chegou a hora de pegar no teu marcador vermelho.
Vamos ver 4 passos que divido pessoalmente o percurso da minha edição.
1. Autoedição
Há muita coisa que vai estar mal quando lês pela primeira vez o teu livro.
Não há nada de errado contigo e com a tua escrita. É normal!
Depois de acabares de o escrever, deixa o manuscrito respirar um pouco, eu deixo 3 meses, mas às vezes mais por estar a escrever outros projetos.
É preciso uma leitura completa, enquanto apontas o que está de errado com o livro ou o que não entender. Quando tiveres uma lista compreensiva do que está errado, podes começar a editar.
Avisos: Eu reescrevo os meus livros do primeiro para o segundo rascunho. Ou seja, leio, sim, aponto o que acho errado (tanto erros de enredo e personagens, mas também se acho que um certo capítulo não faz sentido).
Faço uma segunda outline, e depois planeio capítulo a capítulo o que vai acontecer, e porque é que isso importa. A seguir, escrevo o que, respeitado a lei de causa e efeito, aconteceria obrigatóriamente depois daquele capítulo.
Escrevo o segundo rascunho com mais cuidado do que o primeiro. Costuma-me demorar o dobro do tempo.
2. Feedback de leitores beta
O feedback é crucial no trabalho criativo porque fornece uma perspectiva externa valiosa sobre o trabalho que está sendo criado. Ao criar algo, é fácil nos apegarmos às nossas próprias ideias e perdermos de vista possíveis falhas.
Além disso, o feedback de outras pessoas pode gerar novas ideias e inspirar diferentes abordagens para um projeto. Isso é fundamental.
Peço a um grupo diverso, com diferentes hábitos e preferências de leitura, para ler o meu livro e fazer comentários sobre as partes mais importantes do livro - personagens, enredo, setting, (e normalmente a coerência histórica se se aplicar).
Muitas vezes o livro que recebo de volta vem cheio de comentários, além das personagens, às frases e diálogo - é uma das melhores partes do processo. Ver o que acharam dos pensamentos da personagem. (exceto se te disserem que a história não faz sentido. Aí não é muito bonito, mas é melhor aqui do que mais à frente).
Enquanto os beta têm o meu livro, costumo começar a trabalhar a encontrar um titúlo definitivo, e uma sinopse comercial que me dá muito trabalho, por isso começo “cedo”.
3. Revisão
Depois de corrigir os maiores erros que os beta apontaram, preocupo-me com o texto ao nível da frase.
Faço uma revisão ligeira - a imagem mais conhecida de “rever” um livro - mas não me costuma ocupar muito tempo.
Não sou a melhor a apanhar erros ortográficos, então em vez de me preocupar com isso, quando acabo de rever o livro novamente (e aqui já vou no rascunho 5 ou 6), passo para uma freelancer que me corrige o texto de erros e problemas de sintaxe. Normalmente o livro volta ao meu email com um comentário dela por cada linha! Mas prefiro assim. Não há nada melhor que outra pessoa cobrir o teu ponto fraco, e chegares ao rever do word e clicar em aceitar todas as mudanças.
Fica aqui um agradecimento à Daniela que é um anjo.
Já trabalhei com dois revisores. A relação tem sido boa.
4. Design e Paginação
Como ainda não publiquei nada, a minha experiência com este passo é inexistente.
Mas por mais que percebam de Photoshop, deixem para alguém que o faça profissionalmente.
A minha pequena experiência neste campo foi quando implimi no Lulu um romance que escrevi em 2019 porque sabia que não o ia publicar (o que já não é verdade), e queria uma cópia em formato de livro.
Fiz uma capa (por acaso melhor do que muitas das capas portuguesas) e tinha que criar um pdf que a plataforma aceitasse. E foi um pesadelo. Por isso, deixem para quem sabe, mas se o fizesse novamente, usaria o programa Indesign onde podes “programar” a página do teu livro. Para mac há outro bom - Vellum.
E como prometido,