Não tenho escrito nos últimos dias.
Custa-me admitir isto porque prometi a mim mesma, e à Maria do futuro, que ia escrever todos os dias.
Parece normal esta frase “não tem escrito…” (principalmente para quem conhece a agenda de exames do curso de direito), mas hoje isto é muito difícil: admitir *pouca produtividade* num mundo de redes sociais….
Se não fiz nada, mostro o quê?
Nada.
Dou desculpas:
“ando a trabalhar na minha outline” que é verdade.
“estou a estudar e a navegar ansiedade” que é verdade.
“estou a tentar acabar um conto para publicar online” que não é mentira mas está parado…
“estou a participar em prémios literários com o que já escrevi” que não é mentira pelo registo de chamadas no telemóvel para bibliotecas longe de minha casa - e as respostas enervadas de senhoras idosas que não sabem se o concurso literário vai abrir este ano ou não, e decidem gritar comigo.
Então eu conto tudo à minha mãe mal ela volta a casa, no mesmo tom da senhora.
(fun times…)
Mas mesmo assim, abri a newsletter do Austin Kleon, e decidi partilhar (porque ele manda roubar, e eu sou boa aluna.)
“Artists must be allowed to go through bad periods! They must be allowed to do bad work! They must be allowed to get in a mess! They must be allowed to have dud experiments! They must also be allowed to have periods where they repeat themselves in a rather aimless, fruitless way before they can pick up and go on.”
Outra coisa de que a foto me relembrou foi um pequeno documentário sobre writer’s block e magic pens: que mostra o quão fácil é criar, e o quanto mais fácil é encontrar desculpas para não criar.
Agora que a ansiedade já melhorou, prometo voltar a escrever todos os dias, mesmo que sejam apenas 500 palavra do conto prometido (o título para agora é “Honrada” e está a ser uma caminhada divertida), e claro, sobre a epopeia da revolução francesa cujo segundo rascunho (da versão 2.0) deve ficar pronto no final do ano.
Obrigada.